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Tratamento de EMDR com Crianças



O tratamento de EMDR com crianças pode caracterizar-se pelo rápido processamento da criança em relação aos resíduos traumáticos que elas apresentam. Isto se torna muito gratificante para o terapeuta porque consegue atender aos objetivos direcionados a este tipo de terapia, atingindo os objetivos de minimizar o sofrimento da criança, resgatar a mesma para fazer suas atividades cotidianas e prevenir as sequelas de desenvolvimento no tangente à aprendizagem, relacionamento social e capacidade de enfrentamento das situações novas. A integração de abordagens pode integrar o trabalho na terapia com crianças e proporcionar um referencial clínico para auxiliar no processamento de experiências negativas que as mesmas tenham vivenciado e que não conseguem elaborar. O EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing – EMDR) é uma abordagem compreensiva e integradora da psicoterapia que combina as mais eficazes intervenções de tratamentos em uma abordagem sistematizada do tratamento. Essa técnica tem sido usada em crianças pequenas, como de 2 anos, e pesquisas apoiam a EMDR como uma pratica baseada em evidencias. De acordo com Ricky Greewald,(1993), fundador do Child Trauma Institute, USA, o EMDR é utilizado neste momento na maior parte dos Estados Unidos, por profissionais que consistentemente informam sobre os melhores resultados terapêutico encontrados num amplo espectro de casos com crianças com efeitos negativos mínimos. Assim como nos Estados Unidos, os terapeutas de crianças no Brasil tem se beneficiado muito com a aplicabilidade e desempenho altamente positivo diante do trabalho terapêutico com EMDR, o que tem levado a comunidade científica demonstrar a necessidade de serem feitas mais pesquisas com crianças nesta área. Segundo Adler-Tapia e Settle (2008)o tratamento de EMDR com crianças consiste numa trabalho compreensivo da psicoterapia com crianças precisa incluir uma explicação do desenvolvimento humano (juntamente com a hipótese de como os humanos crescem, aprendem, mudam, interagem e se relacionam), e também como a psico-patologia ocorre. Sabe-se ao longo da historia, que muitos autores tentaram explicar as fases do desenvolvimento humano incluindo os desenvolvimentos psicossocial, psicológicos e cognitivos, e por vezes essas teorias levaram ao desenvolvimento de modelos de psicoterapia. Shapiro (2001) desenvolveu o modelo AIP para explicar os mecanismos em que a EMDR ajuda clientes em perturbações para resoluções adaptativas. EMDR é um tratamento metodológico compreensivo, enquanto AIP (Processo Adaptativo de Informações) é a abordagem técnica compreensiva da psicoterapia. No modelo AIP, Shapiro teorizou que o organismo humano é fisicamente conectado para assimilar novas informações e mover para resoluções adaptativas quando confrontado com experiências de grande agitação. O modelo AIP ( Processo Adaptativo de Informações) conclui:


– os sintomas comportamentais, emocionais e de saúde mental são originados da estocagem mal adaptada de eventos anteriores da vida. No futuro, quando essas experiências estocadas são ativadas, o paciente experiência perturbações e disfunções em sua vida atual. – as memorias são uma combinação de dados sensoriais, pensamentos, emoções, sensações físicas, e um sistema de crença, mas que pode ter metacognições ao invés disso. Metacognições são a habilidade de ter cognições sobre cognições ou a habilidade de pensar sobre pensar. Ana Gomez (2013), terapeuta e pesquisadora infantil radicada nos EUA, sugere que a psicoterapia com crianças originou de modelos de tratamentos com adultos, e desde então os terapeutas aprenderam que a terapia com crianças deve integrar teorias de desenvolvimento psicológico para avaliar, diagnosticar e tratar crianças com eficácia. Modelos de psicoterapia usados com pacientes adultos não podem ser praticados na mesma maneira com pacientes jovens. Problemas clínicos em crianças devem ser filtrados pelas lentes do desenvolvimento humano, porque sintomas de patologia em adultos podem ser apenas tarefas do desenvolvimento ainda não dominadas pelas crianças. Em suas publicações no trabalho de EMDR com crianças, enfatiza que durante cada estagio do desenvolvimento, a terapia pode dar oportunidades para as crianças aprenderem enquanto direcionam qualquer influencia ambiental que pode ter obstruído a saúde do curso do desenvolvimento da criança. Quando trabalhamos com crianças na psicoterapia, o terapeuta também tem uma oportunidade única de fornecer oportunidades de desenvolver recursos internos e experiências positivas como parte do processo da EMDR. Inicialmente se percebia que nos trabalhos de EMDR com crianças, sugeria-se uma diminuição no protocolo original do EMDR, alguns, inclusive, eliminavam por completo alguns passos do protocolo. Os pesquisadores e clínicos que trabalham com crianças atualmente sugerem que essas mudanças nas oito fases foram necessárias para tratar as crianças. De acordo com Adler-Tapia e Settle (2008), numa de suas pesquisas mostrou que EMDR é muito eficaz com crianças, porém, quanto mais nova fosse a criança, mas fases do protocolo eram eliminadas, diminuindo assim a aderência das oito fases no processo de EMDR. Observa-se que as pesquisas de EMDR com adultos já se encontra numa fase bastante acelerada e o numero de publicações muito grande, e até por isso esta prática é considerada muito eficaz para tratar adultos com Distúrbio de Estresse Pós-traumático (PTSD – Posttraumatic Stress Disorder). Em contrapartida, este referencial teórico e de pesquisas não é tão amplo para tratar crianças na mesma situação com EMDR. Atualmente encontramos alguns estudos individuais de EMDR com crianças, principalmente descritos na terapia individual com crianças incluem casos únicos, estudos controlados e comparativos. No Programa de Ajuda Humanitária Psicológico Brasil tem sido utilizado o protocolo de grupo de EMDR, que foi criado para tratar grupos de crianças que dividem um evento traumático comum. O protocolo tem sido estudado no campo e os terapeutas têm tentado ajudar vitimas e reduzir o impacto de traumas especialmente em grupos de crianças que passaram pelos mesmos eventos traumáticos. – Indicações para o trabalho terapêutico com crianças que apresentam as seguintes queixas:

– Traumas

– Fobias

– Luto

– Lembranças dolorosas

– Transtornos de Ansiedade

– Transtornos Impulsivos

– Transtornos depressivos

– Síndrome do pânico

– Pesadelos, terror noturno

– Transtornos nos Relacionamentos Interpessoais

– Divórcio dos pais

– Transtornos Alimentares

– Transtornos relacionados a educação sexual

– Abuso Sexual

– Distúrbios do Sono

– Enurese Noturna

– Encoprese

– Dificuldades na Aprendizagem É importante possibilitar a criança uma entrada no contexto da psicoterapia porque este processo pode melhorar sintomas evidenciados na infância e prevenir o desdobramento de distúrbios adultos mais severos e que podem durar por toda a vida. Evidências da eficácia da terapia com crianças tem sido documentadas desde Sigmund Freud. A evidencia é clara que fornecer uma terapia informada e desenvolvida para as crianças, pode ajudar a melhorar a saúde mental na infância assim evitar problemas educacionais e comportamentais, para que as mesmas tenham uma trajetória saudável no seu funcionamento sócio-psico-familiar.. BibliografiaAdler-Tapia,R.;Settle,C.2008. EMDR and the Art of Psychoterapy with Children. New York,USAAdler-Tapia,R.2012.Child Psychoterapy. Integrating Developmental Theory into Clinical Practice. New York.USA.Gomez,A.M.2013 EMDR Therapy and Adjunct Approaches with Children.New York,USA.Greenwald,R. Usando EMDR com niños. Trumansburg,New York,USA.Shapiro, F. 1995.EMDR.Eyes Movement Desensitization and reprocessing.USAShapiro, F. 2001.EMDR.Eyes Movement Desensitization and reprocessing.USA


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